Elas deram o que falar por dar. E cobrar! Isso mesmo! Você já deve ter ouvido seus nomes na imprensa e nas redes sociais. As garotas de programa brasileiras, sempre discretas, e que atuam em uma área cheia de tabus também ganharam espaço na mídia, polemizaram e trouxeram para o público um pouco de humanidade e boas histórias de vida.
De Gabriela Leite a Lola Benvenutti, selecionamos 4 garotas de programa brasileiras para contar um pouco de suas trajetórias, curiosidades e por onde andam. Confiram!
1 – Andressa Urach
Conhecida por participar de A Fazenda, reality show de subcelebridades da Record, Andressa ficou famosa por (segundo ela) ter saído com o jogador Cristiano Ronaldo. Nascida em 1988, Andressa foi uma das prostitutas mais bem pagas do Rio Grande do Sul, seu estado natal, de acordo com seu livro “Morri para Viver”.
O livro, lançado recentemente em todo país, faz parte da fase da “nova Andressa”, agora evangélica e arrependida de sua vida anterior. Dentre as passagens mais polêmicas, a ex dançarina do Latino conta que perdeu a virgindade aos 15 anos com seu irmão e teve seu primeiro orgasmo com um cachorro. “Ainda mais nova tive meu primeiro orgasmo com um animal. Isso mesmo: um cachorro lambia minhas partes íntimas e, pasmem, eu sentia prazer. Essa degradante e demoníaca cena acontecia nos momentos em que brincava com uma vizinha de rua, dona de uma criação de cães”, confidencia.
2 – Gabriela Leite
A prostituta mais engajada do Brasil, Gabriela foi líder do movimento de prostitutas e leva o nome do projeto de lei de autoria do deputado federal Jean Wyllys que propõe a regularização dos profissionais do sexo. Conhecida por ter criado a marca Daspu, cujo nome é uma referência à luxuosa Daslu, Gabriela morreu em 2013 vítima de câncer.
Chegou a cursar sociologia na USP mas largou tudo e foi trabalhar como profissional do sexo no início da década de 70. Por quase duas décadas trabalhou como prostituta e, cansada de ver constantes histórias de abusos de suas colegas, decidiu atender sua vocação e buscar pelos direitos das trabalhadoras do sexo. Em 80 promoveu encontros nacionais de prostitutas, onde discutia políticas públicas e prevenção (em um momento em que a AIDS era pauta nas ruas), e nos anos que viriam fundou a ONG Davida, que trazia propostas em favor das prostitutas aliadas a ações culturais, estudos e pesquisas sobre o assunto.
3 – Bruna Surfistinha
Nascida no interior de São Paulo, Raquel Pacheco, mais conhecida como Bruna Surfistinha, foi uma das prostitutas mais midiáticas do país. Ganhou os holofotes ao transformar seu blog pessoal em um diário sobre seus programas e sua rotina como garota de programa de luxo. Seu livro “O Doce Veneno do Escorpião — O Diário de uma Garota de Programa” foi um dos livros mais vendidos na década de 2000 e se tornou filme, estrelado por Déborah Secco.
A história de Bruna é repleta de desafios que a própria profissão reflete. De problemas com a família a vontade de conquistar fama e dinheiro, Raquel Pacheco conta com detalhes sua trajetória com centenas de homens e seus fetiches mais bizarros, drogas e como foi difícil o começo da carreira, passando pelos famosos “vintões” e casas de prostituição baratas.
No filme a preocupação foi achar o limite nas cenas de sexo relatar o uso de drogas, cujo longa metragem suavizou trechos descritos em “O Doce Veneno”. “Não queremos assustar o público ou os responsáveis pela classificação etária do longa”, afirmaram os produtores na época. Raquel hoje é casada, abandonou a prostituição e segue a vida como escritora, Dj e empresária.
4 – Lola Benvenutti
Lola é a “bola da vez” quando o assunto são prostitutas famosas. Recentemente aposentada, Lola foi chamada de “a nova Bruna Surfistinha” pela imprensa, mesmo que suas histórias sejam bem diferentes. “Continuarei usando o nome Lola Benvenutti, claro. Vou prosseguir com meus cursos, livros e pesquisas sobre prostituição, inclusive. Só não atendo mais. Considero ter vivido tudo o que eu queria nesse contexto”, afirma Lola para a revista Glamour.
Formada em letras pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Lola ficou conhecida por também narrar em um blog suas experiências como garota de programa. Toda tatuada e sem medo de falar sobre o mercado do sexo, Lola é autora de “O Prazer é Todo Nosso”, ministra palestras em todo o país e pretende se tornar pesquisadora do assunto. “Larguei a profissão por dois motivos: me concentrar no mestrado em Educação Sexual na Unesp e no meu segundo livro. O Gerald apareceu só depois de eu já ter tomado minha decisão”, conta para a mídia, apresentando seu novo amor Gerald Blake Lee, empresário co-fundador da Azul Linhas Aéreas.