Praticamente metade das mulheres têm o mesmo hábito
Há 30 anos, a primeira cirurgiã-geral negra a ocupar o cargo de diretora do departamento de saúde do Arkansas, a Dra. Joycelyn Elders, escreveu um novo capítulo da história sobre educação sexual no mundo. Durante um painel sobre HIV na ONU, ela teve a iniciativa de citar a importância de se incluir a masturbação na grade de educação sexual das escolas. À época, Dra. Joycelyn declarou que: “…Por fazer parte da sexualidade humana, deveria ser algo a ser abordado… (A educação sexual) Deve ser apropriada para cada idade, deve ser completa e deve ter todas as informações que eles (crianças e adolescentes) precisam saber”.
O fato é que, em 1994, o posicionamento da médica não foi bem recebido pelo então presidente americano, Bill Clinton, que pediu a demissão da doutora. Anos depois, comerciantes varejistas do ramo de Sex Shops se reuniram para homenagear Joycelyn, instituindo o dia 7 de maio como o Dia da Masturbação.
De carona na data, o Sexlog, maior site de sexo e swing do Brasil, com mais de 20 milhões de cadastros, realizou uma enquete e descobriu que mesmo em 2024, o assunto masturbação ainda pode causar certa vergonha e estar cercado de tabus. A pesquisa contou com mais de 7600 respostas de pessoas de todo o Brasil. O fato mais curioso descoberto pelo site é que 78% dos homens revelaram que costumam se masturbar sem suas parceiras saberem. Entre as mulheres, essa fatia é de 53%.
O que os olhos não veem o coração não sente
Gabi* é uma das mulheres que têm o hábito de se proporcionar prazer sozinha, sem o marido saber. Para ela, não se trata de traição, mas apenas uma maneira de dar asas à imaginação. “Eu não conto porque ainda tenho vergonha, acho que tem a ver com a criação. Por mais que a gente tenha um diálogo e uma relação muito boa na cama, a minha masturbação é uma coisa muito minha, gosto de guardar pra mim. É meu momento íntimo, nada tem a ver com traição. É só uma questão de querer me curtir sozinha”, diz.
Já Eduardo* é do time que faz questão de dividir com a parceira sempre que se masturba. “Eu não sou muito de me masturbar. Sempre que estou com tesão prefiro transar. Então, sempre que eu acabo batendo uma, conto pra ela. Ou faço disso um momento nosso, mando uma foto ou um vídeo. Assim vira algo mais picante pra uma relação mais tarde naquele dia”, conta.
Para a CMO do Sexlog, Mayumi, a alta porcentagem de pessoas que se masturbam sem contar para os parceiros nada tem a ver com esconder o jogo, mas sim de manter um espaço de intimidade pessoal que não necessariamente precisa ser compartilhado. “Você não conversa com a pessoa e conta ‘olha, querida, bati uma punheta hoje’, a menos que isso faça parte de um jogo de sedução, que essa informação complete a relação de vocês de alguma forma. Se for só uma coisa isolada, é normal não contar. Não vejo como esconder o jogo, não precisa ser um ato demonizado”, afirma.
Uma diversidade de estímulos
Os estímulos que homens e mulheres têm usado durante a masturbação são bem parecidos. Em uma pergunta com direito a múltipla escolha, os sites adultos, como o Sexlog, são os campeões com 21% das escolhas, já os contos eróticos aparecem em seguida com 20%, para ambos os gêneros.
Uma das novidades que mais cresce no mundo erótico são os podcasts. Esses foram a escolha de 19% dos homens e 17% das mulheres. E os sex toys foram a escolha de 18% do público masculino e 20% do feminino.
Para Gabi, o momento íntimo perfeito acontece sempre que ela está sozinha em casa. “Gosto de ficar tranquila, pegar meu sugador e me deixar levar. Sem pressa, me curtindo”, diz.